Feriado terminado, hora de voltar para casa. Aqueles que optaram por passar o Carnaval longe da cidade em que moram, e vão enfrentar horas de voo na volta devem ficar atentos a medidas especiais para evitar problemas, principalmente se apresentam algum tipo de doença respiratória, como asma, rinite alérgica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou hipertensão pulmonar.
Com a despressurização na altitude, há uma queda na quantidade de oxigênio e os portadores de doenças respiratórias crônicas podem apresentar falta de ar. Portanto, é importante consultar um médico pneumologista para uma avaliação antes da viagem e pedir indicação de como prevenir possíveis crises.
“Uma recomendação geral seria levar na bagagem de mão remédios de alívio ou resgate, que amenizam os sintomas. Portadores de asma devem incluir broncodilatadores e, caso haja crises frequentes, corticóide oral. Já quem tem rinite deve se lembrar de manter o antialérgico por perto, para o caso de uma crise”, comenta o médico Oliver Nascimento, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia – SPPT.
Ele faz um alerta: pacientes com doença mais grave, que usam oxigênio suplementar, devem contatar a companhia aérea para saber se há cilindro de oxigênio disponível no voo para casos de emergência. Caso contrário, é importante providenciar seu próprio equipamento para suplementação.
Risco de trombose
Viagens muito longas aumentam também o risco de trombose, principalmente nos membros inferiores. Com as poltronas mais estreitas, existe a dificuldade de movimentação das pernas e a pressão baixa dentro da aeronave, diminui a oxigenação do sangue, facilitando a formação de coágulos que podem atingir o pulmão e gerar embolia pulmonar. Uma das formas de prevenção é caminhar, a cada duas horas, da poltrona até o fundo da cabine, para ativar a circulação sanguínea.
“Para se ter uma ideia da gravidade da embolia, uma a cada cinco mil pessoas em voos de mais de quatro horas desenvolveram algum grau de trombose. É uma estatística alta e merece atenção”, alerta Frederico Leon Arrabal Fernandes, diretor científico da SPPT.
As pessoas mais propensas a desenvolver o problema são os idosos, os obesos eos portadores de doença cardiovascular e de coagulação, além de portadores de doenças pulmonares crônicas. Gestantes, pacientes com doenças cardíacas e mulheres que usam anticoncepcionais devem utilizar meias elásticas de média ou alta compressão até o joelho durante o voo.
Desidratação
Durante os voos prolongados, outro risco que não deve ser menosprezado é o da desidratação devido ao ar seco. Para evitar que o sangue fique mais concentrado e com dificuldade de circular, é fundamental a ingestão frequente de água, bem como evitar o consumo de álcool e bebidas diuréticas.
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